segunda-feira, 18 de agosto de 2014

A VERDADEIRA AMIZADE

Dois amigos inseparáveis andavam pelo mundo ganhando suas vidas como mercadores, tal amizade era motivo de alegria e orgulho, pois ambos confiavam cegamente um no outro.
Certa vez Said foi se lavar no leito de um rio e sem perceber foi surpreendido pelas aguas  e levado pro fundo e quando se deu conta percebeu que se afogava, em meio a gritos de desespero viu sua vida findar.
De repente sentiu algo o puxar pra margem, era seu amigo Murab que salvara sua vida. Em meio a abraços de agradecimento, Said chamou um de seus criados e pediu que procurasse por uma rocha e cravasse ali os seguintes dizeres: "Aqui neste rio Murab arriscou a própria vida pra salvar a vida de Said ".
 E assim o criado o fez, e ali ficou cravado em letras legíveis tal ato e eternizado em rocha a beira da estrada, e todos que por ali passavam podiam ter uma ideia da solidez daquela amizade.
Alguns dias depois os dois mercadores por motivo fútil discutiram e Murab esbofeteou Said, que por sua vez sentiu-se muito magoado, e mais uma vez pediu que seu criado escrevesse tal ato. Quando seu servo se afastou procurando uma rocha seu amo lhe interrompeu  pedindo que escrevesse sobre a areia os seguintes dizeres:"Hoje por motivos banais Murab esbofeteou Said", e logo seguiram viagem em profundo silencio, logo mais a frente seu servo não contendo sua curiosidade perguntou: _Senhor, me perdoe pela indiscrição, mas por que quando Murab o salvou do afogamento o senhor me pediu pra cravar em rocha e hoje quando ele foi injusto com o senhor ao invés deu gravar na rocha como antes o senhor me fez escrever na areia, era por pressa?.  E Said respondeu:_ Meu caro Neon, somente devemos escrever em rocha os atos de bondade pra que outros vejam e quem sabe imitem, já atos ruins que são na maioria das vezes atos impensados e sem razão  devemos escrever na areia pra que o vento ou a água apague e os façam durar o tanto que se devem durar, e que esses não sejam vistos ou imitados. Meu caro Neon essas coisas  não devem ser nem lembradas, pois se essas forem guardadas acabaram tomando espaço em nosso coração e ocupando o 
espaço  de sentimentos bons.O rancor jamais deve superar o perdão, já que em nossas orações suplicamos a Deus que nos perdoe assim como perdoamos uns aos outros.

terça-feira, 18 de fevereiro de 2014

O SACO DE CARVÃO

O pequeno Zeca entra em casa, após a aula, batendo forte os seus pés no assoalho da casa.
Seu pai, que estava indo para o quintal para fazer alguns serviços na horta,
ao ver aquilo chama o menino para uma conversa.
Zeca, de oito anos de idade, o acompanha desconfiado.
Antes que seu pai dissesse alguma coisa, fala irritado:
- Pai, estou com muita raiva. O Juca não deveria ter feito aquilo comigo.
Desejo tudo de ruim para ele.
Seu pai, um homem simples mas cheio de sabedoria,
escuta calmamente o filho que continua a reclamar:
- O Juca me humilhou na frente dos meus amigos. Não aceito.
Gostaria que ele ficasse doente sem poder ir à escola.
O pai escuta tudo calado enquanto caminha até um abrigo,
onde guardava um saco cheio de carvão.
Levou o saco até o fundo do quintal e o menino o acompanhou, calado.
Zeca vê o saco ser aberto e antes mesmo que ele pudesse fazer uma pergunta,
o pai lhe propõe algo:
- Filho, faz de conta que aquela camisa branquinha,
que está secando no varal é o seu amiguinho Juca,
e cada pedaço de carvão é um mau pensamento seu, endereçado a ele.
Quero que você jogue todo o carvão do saco na camisa, até o último pedaço.
Depois eu volto para ver como ficou.
O menino achou que seria uma brincadeira divertida e passou mãos à obra.
O varal com a camisa estava longe do menino e poucos pedaços acertavam o alvo.
Uma hora se passou e o menino terminou a tarefa.
O pai que espiava tudo de longe, se aproxima do menino e lhe pergunta:
- Filho como está se sentindo agora?
- Estou cansado mas estou alegre porque acertei muitos pedaços de carvão na camisa.
O pai olha para o menino, que fica sem entender a razão daquela brincadeira,
e carinhoso lhe fala:
- Venha comigo até o meu quarto, quero lhe mostrar uma coisa.
O filho acompanha o pai até o quarto e é colocado na frente de um grande espelho,
onde pode ver seu corpo todo.
Que susto!!! Zeca só conseguia enxergar seus dentes e os olhinhos.
O pai, então lhe diz ternamente:
- Filho, você viu que a camisa quase não se sujou; mas, olhe só para você.
O mal que desejamos aos outros é como o que lhe aconteceu.
Por mais que possamos atrapalhar a vida de alguém com nossos pensamentos,
a borra, os resíduos, a fuligem ficam sempre em nós mesmos.
Cuidado com seus pensamentos, eles se transformam em palavras;
Cuidado com suas palavras, elas se transformam em ações;
Cuidado com suas ações, elas se transformam em hábitos;
Cuidado com seus hábitos, eles moldam o seu caráter;
Cuidado com seu caráter, ele controla o seu destino.