terça-feira, 4 de agosto de 2020

Águias e galinhas

Águias e galinhas
    Certa vez um lenhador ao passar próximo a uma montanha se deparou com um pequeno ovo caído por entre as folhas secas no chão.
Chegando  em casa teve a idéia de coloca_lo junto com outros embaixo de uma galinha, pensando que talvez viesse a chocar dando assim uma segunda chance ao suposto pássaro.
O tempo passou, os pintinhos nasceram e nada,  o lenhador persistente pegou o tal ovo e o colocou novamente embaixo de outra galinha  e pra surpresa de todos nasceu um pequeno pássaro que ficou por ali dentre os ovos e após alguns dias nasceram lindos  pintinhos.   A galinha criou o pequeno pássaro como se  fosse seu e esse ficava cada dia mais vigoroso comparando aos seus filhos , foi aí que o lenhador começou reconhecer que tal pássaro era na verdade uma águia.
 O tempo passou e o instinto  do pássaro sempre o fazia procurar lugares altos e se jogar, sua criadora, seus irmãos sempre o alertando sobre os perigos de uma queda, mas esse nem_os ouvia.
 Numa manhã de ar fresco o filhote de águia não se contendo, subiu o mais alto que pode em uma árvore e se atirou, e no percurso da queda viu suas asas se abrindo e se viu planando e ganhando os céus e ao olhar prós lados avistou a plenitude de um céu azul que antes só havia visto em seus sonhos, e à sua frente um infinito. Voou, voou até seu coração lhe fazer lembrar de seus familiares.
 Ao voltar pra sua casa contou do porque de seu sumiço e todos vieram ouvi_lo descrever quão grande é o mundo lá fora e ainda maior visto de cima. 
 Dias depois segui seu instinto e voou .
Mas volta e meia volta pra visitar os seus, sem nunca esquecer daqueles que embora tenha o criado como galinha, foi o melhor que puderam fazer em suas condições.
 Muitas vezes se surpreende  com seus irmãos e até os mais velhos pulando de locais mais altos que o chão, esse que sempre lhes foi dado  como único lar, tentando imita_lo e voar também.
Moral da história, é mais fácil uma galinha voar como águia do que uma águia se conformar a viver como uma galinha.

domingo, 21 de junho de 2020

Tubarões é preciso

Conta se uma lenda que pescadores japoneses que viviam unicamente de pesca começaram perceber a escassez de peixes nas proximidades que viviam e se viram obrigados a pescar cada vez mais longe. 
E como os orientais prestigiam o pescado fresco   viu então que pela distância que o peixe não chegava com o sabor agradável.
Depois de muito pensar resolveram levar gelo pra retornar com os pescados, mas mesmo assim esses ainda não respondiam as expectativas dos exigentes clientes, pois não chegavam com o sabor procurado. Depois de muito pensar deciram levar tanques e voltar com os peixes ainda vivos, mas mesmo assim o sabor ainda não era o de um pescado fresco. Até que concluiram que os peixes  ficavam vivos porém praticamente imóveis, e que precisavam estar em movimento pra carne ser saborosa, foi aí que um deles teve a brilhante idéia colocar filhotes de tubarao nos tanques, com isso os peixes estariam vivos e se movimentando preservando assim o sabor da carne. E conseguiram!
A liçao que podemos tirar disso, que não podemos parar, e que não podemos deixar os nossos pararem. Quando sentir que tá muito parado,  peça alguém que jogue um tubarão no seu tanque, e quando precisar jogue tubarões nos tanques daqueles que você ama, mas nunca deixe que pare, lembre_se:  "Se parar    a vida perde o sabor."

quinta-feira, 21 de abril de 2016

CUIDE DO MAIS IMPORTANTE

                                               
    Certa vez um rei muito sábio e bondoso sabendo que sua saúde  não estava lhe dando esperanças de vida longa, resolveu espalhar  pelo reino boatos que aquele que demonstrasse fidelidade e coragem teria a mão de sua filha,única herdeira como prêmio.
    E os boatos se espalharam, logo vieram rapazes de todas as partes para tentar conquistar tal prêmio.Depois de muitos tentarem , um deles se destacou demonstrando coragem e destreza nas tarefas a ele incumbidas. A moça por sua vez gostou bastante do rapaz, já que esse era portador de beleza e simpatia, além de ser inteligente e fiel.
    Então após muitas missões bem sucedidas o rei resolveu dar-lhe uma última missão, essa seria decisiva para escolha, afinal esse seria o futuro rei do povo que ele tanto amava, além de ser esposo de sua única filha.logo pela manhã o rei mandou que chamassem o rapaz e lhe explicou tal missão. Ele deveria levar um valioso diamante até o reino vizinho, e esse deveria chegar à salvo e caso isso acontecesse, o rapaz voltaria e ganharia a mão da moça juntamente com o reino.
    O rei lhe apresentou seu melhor cavalo e demonstrou sua estima pelo animal, deixando claro sua destreza e rapidez.E assim na manhã seguinte o rei se despediu do rapaz e apertando -lhe a mão disse: __ "Cuide do mais importante", o rapaz se despediu, selou o cavalo, deu-lhe de comer e beber para deleite do rei , pegou o diamante como se fosse sua própria vida juntamente com uma carta lacrada e seguiu rumo ao reino vizinho.
    Foram horas de cavalgada sem se quer parar pra comer ou descansar, pois queria chegar antes do previsto para assim impressionar o  futuro sogro. já no pôr do sol, o cavalo fadigado, com sede e fome demostrou profundo cansaço e mesmo assim o rapaz não parou, varou noite à dentro e boa parte do dia, o sol queimava,e por fim o animal se desvaiu e caiu por terra, o rapaz sem cogitar, abandonou o animal e seguiu à pé pelo deserto.
    Horas mais tarde, cansado viu ao longe cavalos, pensou que poderia ser saqueadores, escondeu o diamante em uma de suas botas e seguiu à diante.
Como ele já previa eram mesmo saqueadores, esses lhe roubaram os pertences e o deixou sem água ou comida. mas o rapaz aliviado, ainda com o diamante em segurança conseguiu chegar no seu  destino.
Chegando lá entregando o diamante sã e salvo ao rei vizinho, juntamente com a carta, blasfemou, se lamuriou, contou sua aventura e criticou o decorrer da missão, alegando ser culpa do cavalo, já que esse foi escolhido pelo rei , e esse não era forte o bastante, era um fraco e por culpa dele sua missão nao teve o êxito que ele planejara. mas mesmo assim todo pomposo pelo diamante esta segurança, já contava-se como futuro rei.
    O rei vizinho, recebendo o diamante junto com a carta lacrada, leu ali os seguintes dizeres lhe escrito pelo amigo a próprio punho.__Querido amigo, como eu  já lhe havia adiantado, minha saúde não anda das melhores, portante preciso escolher com cuidado quem me sucederá, depois de muito procurar escolhi esse rapaz, que de início me parece ser um bom rapaz, portanto incubi-lhe essa missão. Olhe bem o estado que chegou meu cavalo, e se ele tomou cuidado com oque julgo mais importante, veja se ele_o deu água e comida, caso ele não esteja com o diamante, não o recrimine, pois quero ver oque ele julga de maior valor, a vida de um ser inocente que o serviu, ou um bem material, avalie e me escreva de volta, pois se esse valorizar a vida acima do ouro, esse será um bom rei e principalmente um bom esposo pra minha filha, pois julgará "O mais importante" o bem estar dos seus, antes do ouro.Mas se for contrário, infelizmente terei que continuar minha procura.                                                                      
                                                                                                                 Agradeço desde já, seu amigo

segunda-feira, 18 de agosto de 2014

A VERDADEIRA AMIZADE

Dois amigos inseparáveis andavam pelo mundo ganhando suas vidas como mercadores, tal amizade era motivo de alegria e orgulho, pois ambos confiavam cegamente um no outro.
Certa vez Said foi se lavar no leito de um rio e sem perceber foi surpreendido pelas aguas  e levado pro fundo e quando se deu conta percebeu que se afogava, em meio a gritos de desespero viu sua vida findar.
De repente sentiu algo o puxar pra margem, era seu amigo Murab que salvara sua vida. Em meio a abraços de agradecimento, Said chamou um de seus criados e pediu que procurasse por uma rocha e cravasse ali os seguintes dizeres: "Aqui neste rio Murab arriscou a própria vida pra salvar a vida de Said ".
 E assim o criado o fez, e ali ficou cravado em letras legíveis tal ato e eternizado em rocha a beira da estrada, e todos que por ali passavam podiam ter uma ideia da solidez daquela amizade.
Alguns dias depois os dois mercadores por motivo fútil discutiram e Murab esbofeteou Said, que por sua vez sentiu-se muito magoado, e mais uma vez pediu que seu criado escrevesse tal ato. Quando seu servo se afastou procurando uma rocha seu amo lhe interrompeu  pedindo que escrevesse sobre a areia os seguintes dizeres:"Hoje por motivos banais Murab esbofeteou Said", e logo seguiram viagem em profundo silencio, logo mais a frente seu servo não contendo sua curiosidade perguntou: _Senhor, me perdoe pela indiscrição, mas por que quando Murab o salvou do afogamento o senhor me pediu pra cravar em rocha e hoje quando ele foi injusto com o senhor ao invés deu gravar na rocha como antes o senhor me fez escrever na areia, era por pressa?.  E Said respondeu:_ Meu caro Neon, somente devemos escrever em rocha os atos de bondade pra que outros vejam e quem sabe imitem, já atos ruins que são na maioria das vezes atos impensados e sem razão  devemos escrever na areia pra que o vento ou a água apague e os façam durar o tanto que se devem durar, e que esses não sejam vistos ou imitados. Meu caro Neon essas coisas  não devem ser nem lembradas, pois se essas forem guardadas acabaram tomando espaço em nosso coração e ocupando o 
espaço  de sentimentos bons.O rancor jamais deve superar o perdão, já que em nossas orações suplicamos a Deus que nos perdoe assim como perdoamos uns aos outros.

terça-feira, 18 de fevereiro de 2014

O SACO DE CARVÃO

O pequeno Zeca entra em casa, após a aula, batendo forte os seus pés no assoalho da casa.
Seu pai, que estava indo para o quintal para fazer alguns serviços na horta,
ao ver aquilo chama o menino para uma conversa.
Zeca, de oito anos de idade, o acompanha desconfiado.
Antes que seu pai dissesse alguma coisa, fala irritado:
- Pai, estou com muita raiva. O Juca não deveria ter feito aquilo comigo.
Desejo tudo de ruim para ele.
Seu pai, um homem simples mas cheio de sabedoria,
escuta calmamente o filho que continua a reclamar:
- O Juca me humilhou na frente dos meus amigos. Não aceito.
Gostaria que ele ficasse doente sem poder ir à escola.
O pai escuta tudo calado enquanto caminha até um abrigo,
onde guardava um saco cheio de carvão.
Levou o saco até o fundo do quintal e o menino o acompanhou, calado.
Zeca vê o saco ser aberto e antes mesmo que ele pudesse fazer uma pergunta,
o pai lhe propõe algo:
- Filho, faz de conta que aquela camisa branquinha,
que está secando no varal é o seu amiguinho Juca,
e cada pedaço de carvão é um mau pensamento seu, endereçado a ele.
Quero que você jogue todo o carvão do saco na camisa, até o último pedaço.
Depois eu volto para ver como ficou.
O menino achou que seria uma brincadeira divertida e passou mãos à obra.
O varal com a camisa estava longe do menino e poucos pedaços acertavam o alvo.
Uma hora se passou e o menino terminou a tarefa.
O pai que espiava tudo de longe, se aproxima do menino e lhe pergunta:
- Filho como está se sentindo agora?
- Estou cansado mas estou alegre porque acertei muitos pedaços de carvão na camisa.
O pai olha para o menino, que fica sem entender a razão daquela brincadeira,
e carinhoso lhe fala:
- Venha comigo até o meu quarto, quero lhe mostrar uma coisa.
O filho acompanha o pai até o quarto e é colocado na frente de um grande espelho,
onde pode ver seu corpo todo.
Que susto!!! Zeca só conseguia enxergar seus dentes e os olhinhos.
O pai, então lhe diz ternamente:
- Filho, você viu que a camisa quase não se sujou; mas, olhe só para você.
O mal que desejamos aos outros é como o que lhe aconteceu.
Por mais que possamos atrapalhar a vida de alguém com nossos pensamentos,
a borra, os resíduos, a fuligem ficam sempre em nós mesmos.
Cuidado com seus pensamentos, eles se transformam em palavras;
Cuidado com suas palavras, elas se transformam em ações;
Cuidado com suas ações, elas se transformam em hábitos;
Cuidado com seus hábitos, eles moldam o seu caráter;
Cuidado com seu caráter, ele controla o seu destino.

segunda-feira, 28 de outubro de 2013

O FILÓSOFO E O DIABO



   Um dia, um Filósofo estava conversando com o Diabo quando passou um sábio com um saco cheio de verdades.
    Distraído, como os sábios em geral o são, não percebeu que caíra uma verdade. 
    Um homem comum vinha passando e vendo aquela verdade alí caída, aproximou-se cautelosamente, examinou-a como quem teme ser mordido por ela e, após convencer-se de que não havia perigo, tomou-a em suas mãos, fitou-a longamente, extasiado, e então saiu correndo e gritando:“Encontrei a verdade! Encontrei a verdade!”
   Diante disso, o filósofo virou-se para o Diabo e disse:“Agora você se deu mal. Aquele homem achou a verdade e todos vão saber que você não existe …”.
    Mas, seguro de si, o Diabo retrucou:“Muito pelo contrário. Ele encontrou UM PEDAÇO da verdade … Com ela, vai fundar mais uma religião, mais uma igreja, mais doutrinas... e eu vou ficar ainda mais forte!”

terça-feira, 4 de junho de 2013

O VERDADERO PODER


O VERDADERO PODER


Havia um troglodita que aterroriza as aldeias com sua maldade gerando medo e destruição, sua fama se espalhou por toda redondeza.
Naquela tarde chegou rumores que o tal vinha em direção àquelas bandas, o alvoroço foi total. Todos fugiram apavorados pois por onde ele passou deixou um rastro de maldade e dor.
Ao nascer do sol já não havia mais ninguém na vila exceto um velho morador que se negou fugir.
No meio da tarde o silêncio da vila foi quebrado por barulhos de destruição, o tal entrou destruindo tudo que encontrava pela frente, e o fato de todos terem se retirado por medo agigantou ainda mais seu ego. Quando já de dava por vitorioso, se deparou com uma das casas ainda ocupada por um senhor de idade já avançada. Foi grande sua surpresa ao ver que aquele velho frágil não demonstrava medo algum, apesar de sua fragilidade.
Como já era de se esperar, foi quebrando tudo que encontrou pela casa simples, ele era pura ignorância e maldade, tal homem que só possuía maldades em seu coração se quer pensou em piedade, já foi logo empurrando o pobre velho pra fora da casa, o velho indefeso clamou pela misericórdia divina, mas o louco zombou de sua devoção e alegou que ele era mais poderoso que esse deus que ninguém nunca vê e zombou.
Ao empunhar sua afiada espada na direção do pescoço do velho, o pobre balbuciou duas ou três palavras, que por curiosidade pensando esta sendo desafiado o tal parou pra ouvir. E o velho repetiu firmemente, lhe desafiando a cortar com um golpe só um galho de uma arvore próxima. E num golpe ele colocou a baixo o tal galho da arvore. E com irônia disse: _Agora que já realizei seu último pedido já posso cortar seu pescoço? E finalizou com uma gargalhada sarcástica. O velho respondeu que sim, mas que antes queria vê-lo colocar com a mesma habilidade o tal galho de volta no lugar.
O homem respondeu que parasse de falar asneiras, e que colocar de volta um galho numa árvore era coisa impossível, o sábio velho continuou: _Esta vendo só, destruir é fácil, qualquer um faz isso, até o mais fraco dos homens. Mas a verdadeira força ta naquele que cria e não no que destrói. Te desafio a devolver as vidas que tirou, use então esse poder que alega ter e recoloque uma simples folha de volta no lugar. Deixe então que tire a vida só quem pode cria-la. Esse sim é o poder verdadeiro.
O silencio tomou conta do homem que abaixou sua espada e saiu cabisbaixo. E por muito tempo não mais se ouviu falar nele por aquelas redondezas.